A situação do trânsito em Palmas está passando dos limites do aceitável, se já não passou há muito tempo. A cada dia, mais e mais pessoas se envolvem em acidentes, deixando aflitas as famílias palmenses, e causando prejuízos aos particulares e ao poder público.
Nas grandes cidades o trânsito está em situação caótica e praticamente sem solução. Isso nos faz questionar: o que fazer para amenizar nosso problema no curto prazo, além de, no médio e longo prazos, evitar as situações que cidades maiores têm enfrentado por falta de planejamento?
Os principais estudiosos do assunto sustentam o argumento de que, sem um sistema de transporte coletivo eficiente, eficaz e barato é impossível solucionar o problema. É preciso desestimular o uso do automóvel, especialmente quando apenas uma pessoa o utiliza na maior parte do tempo. Para isso é preciso: 1°) ser barato andar de ônibus; 2°) ser confortável andar de ônibus e; 3°) ser rápido andar de ônibus.
ALGUM AVANÇO,
ALGUMAS AÇÕESPalmas conseguiu avançar no primeiro quesito, o preço da passagem. E se pudermos reduzir mais ainda o valor, melhor. Agora precisamos avançar nos dois outros: aumentar o conforto, com mais ônibus com ar-condicionado, por exemplo, e mais espaço para as pessoas que se utilizam deste meio sentarem, o que seria conseguido aumentando a frota e reduzindo o tempo de espera nas paradas. Esta redução de tempo já faria parte também do terceiro item e, neste sentido, o cartão eletrônico, embora não sendo o suficiente, também foi um avanço, agilizando o processo de cobrança.
Outra ação que poderia ser tomada: abrir a terceira faixa na chegada das rotatórias e colocar semáforo nelas. As rotatórias, com a quantidade atual de carros que circulam em Palmas, tornaram-se os principais pontos de estrangulamento do trânsito e também, pelo menos intuitivamente, os locais onde mais acontecem os acidentes. Se não se tem a certeza de que estas duas ações funcionariam, ou se não são recomendáveis, do ponto de vista técnico, então é necessário buscar soluções urgentíssimas para que nossos “queijinhos” não se tornem mais indigestos do que já são.
Ainda no sentido de desafogar o trânsito, com a cidade crescendo para o lado do lago e já bem adensada pelo lado da serra, também está mais do que na hora de se abrirem e asfaltarem as vias paralelas à Av. Teotônio Segurado. A equação é simples: quanto mais carros nas ruas, mais ruas são necessárias. Exemplo de que isso ajuda é dado pelas vias de acesso às Arnos: a mais antiga, a partir da OAB até a Escola de Tempo Integral, foi sensivelmente “desafogada” após a inauguração da mais recente, que dá acesso à região via Parque Sussuapara.
Naturalmente estas são ações mais do que necessárias, são imprescindíveis. Mas não resolvem os problemas imediatamente. Elas precisam de um certo tempo para serem implantadas. A triste notícia é que não existem soluções mágicas que resolvam estes problemas da noite para o dia. E soluções mirabolantes ou fantasiosas para a nossa realidade, como um metrô de superfície, também não ajudam.
BOA NOTÍCIAA boa notícia é que, com alguma criatividade, é possível pelo menos dar um alívio imediato aos usuários do transporte coletivo em algumas situações. Um exemplo para os horários de pico, que não depende de gastar um centavo do dinheiro público, seria uma simples mudança nos horários de entrada e saída dos servidores municipais e estaduais. Uns para, digamos, 7h 45min, outros, para 8h 15min, no caso do horário de entrada no serviço.
Alongaria o horário de pico, melhorando um pouco o fluxo de veículos e pessoas neste período. Funcionaria? Não sei, é uma idéia que seria preciso testar. Mas dependeria, tão somente, da boa vontade dos governos e servidores do estado e do município.
Estas idéias não são todas somente minhas. Muitas foram objeto de requerimentos aprovados na Câmara. Outras, foram colhidas em conversa com amigos, eleitores e cidadãos palmenses, e pelo atendimento no Gabinete de Rua e na Câmara. Mas o importante é que as boas idéias para solucionar o problema existem, e, com o trabalho e empenho de todos, certamente podemos implementá-las e viver numa cidade em que o trânsito é um instrumento da qualidade de vida e não uma armadilha pronta a atentar contra o bem mais precioso do ser humano.
